
Qua, 06 de Julho de 2011 16:09 Enarde Fernandes “Aegypti, a mosquita da floresta”, um filme animado de curta duração, cartilha sobre os riscos e a prevenção da dengue
Enquanto finaliza “Aegypti, a mosquita da floresta”, um filme animado de curta duração que se propõe a ser uma espécie de cartilha sobre os riscos e a prevenção da dengue perante o público infantil, baseado na obra da escritora Kelen Gleysse, graças ao apoio do BASA – Banco da Amazônia S/A, o renomado chargista e artista plástico acreano Enilson Amorim mostra toda a sua efervescência criativa, fazendo aquilo que mais sabe: desenhar contando histórias, especialmente para a criançada. Desta vez, Amorim acrescenta em seu portfólio um livro de sua autoria. “Abelardo e Curupira” é daquelas obras literárias voltadas aqueles que, embora freqüentem livrarias, não chegaram a se familiarizar com seus personagens centrais. Graças ao apoio da Fundação Garibaldi Brasil, que ousou ao aprovar um projeto que, sem dúvida, será de grande importância para as atuais e futuras gerações, estão de volta as lembranças de um dos personagens mais conhecidos do folclore amazônico: o próprio Curupira. A obra tem enredo, textos e desenhos do próprio Enilson Amorim, que desenvolveu seu talento e fez grande sucesso nas páginas de jornais acreanos com suas inesquecíveis e engraçadíssimas charges de traços inconfundíveis. O projeto foi aceito e aprovado com louvor por uma comissão de jurados de alto nível e “visa resgatar as lendas dos povos da floresta que foram contadas pelos nossos antepassados e mais tarde esquecidas pelas gerações atuais”, segundo definição do autor. Ao buscar o público infantil com o seu trabalho, a opção exigiu de Amorim a elaboração de ilustrações que se identifiquem com a criança e vice e versa, além de uma narrativa e um texto enxuto,sucinto, claro e direto, que possa agradar da melhor forma possível o universo infantil, acredita oautor.
A Obra
‘’Abelardo e o Curupira’’, relata o conturbado encontro entre o lendário Curupira e um seringueiro de nome Abelardo, cuja aproximação entre ambos é marcada por uma lei imposta pela Mãe da Mata a todos os habitantes daquela colocação, cenário do encontro. Esta lei estabelecia que todo índio ou seringueiro só poderia matar animais para consumo próprio. Caso contrário, levaria “uma baita de uma surra”. Entretanto, na medida em que o velho seringueiro se encontrava com um grupo de pacas bastante atraentes e apetitosas, logo se esquecia do que o Curupira havia dito. Uma ganância descomunal tomava conta do seringueiro que acabava por patrocinar uma matança em série de animais, causando um grande prejuízo à fauna amazônica. Mas o seringueiro pagaria caro por isso e acabaria por ser condenado pelas leis da Mãe da Mata e sentenciado a levar uma terrível surra de cipó executada pelo temido Caboclinho do Mato que, ao final, só cessa de espancar o coitado do seringueiro quando a Mãe da Mata resolve perdoar o seringueiro ganancioso e infrator.
Evolução
Enilson Amorim optou por desenvolver tanto o curta metragem “Aegypti – a mosquita da floresta” quanto “Abelardo e Curupira” porque, segundo ele, ‘’o Acre está vivendo novos tempos no que diz respeito à política de valorização das manifestações artísticas. Hoje as leis de incentivo a cultura têm sido a ferramenta primordial para estimular a produção literária local e, sobretudo, resgatar as inúmeras lendas contadas pelos povos da floresta que ficaram esquecidas no passado, inclusive e, principalmente, por falta de apoio em governos anteriores. Além disto, a iniciativa privada tem sido uma ótima parceira na realização de inúmeros trabalhos artísticos produzidos em terras acreanas, estimulando ainda mais a produção numa terra que anteriormente era tão apagada em relação aos grandes centros culturais brasileiros’’, finaliza Amorim.